segunda-feira, 15 de junho de 2020

Nós e o Covid

Ás vezes acordava de manhã, e pensava que bom que seria se pudesse ficar em casa, a ganhar o meu ordenado e sem fazer nada. Só uns tempos a curtir a casa e a família. Era uma utopia da minha cabeça.
O que nunca pensei é que realmente iria entrar nesta situação em que acabamos todos por entrar forçadamente.
Várias noticias iam surgindo la longe, na China, muitas informações, vídeos e discussões técnico-científicas e dramas, mas longe de pensarmos que chegaria aqui,  ao nosso pequeno Portugal e ainda por cima da maneira avassaladora e repentina que chegou. De repente o mundo viu-se diante de uma situação nunca antes imaginada: o isolamento, a quarentena, o trabalho em casa, a escola em casa. 
Nunca ninguém imaginou ter que ficar fechado em casa, alguns a trabalhar, outros sem emprego sem recursos, a auxiliar nas aulas dos filhos.
O certo é que vivemos a era do medo. Medo de adoecer; medo de perder os recursos financeiros e claro, o medo de morrer. 
Pessoalmente o que me assustou, alem do medo de adoecer, eu e os meus, foi o perder o controle. 
De repente vimo-nos sem qualquer controle da nossa vida. A nossa rotina transformada, a ausência de pessoas queridas, a perda da nossa autonomia e liberdade. As cidades vazias, as lojas e restaurantes fechados, o receio da escassez da comida. A tristeza disto tudo.
A minha quarentena correu bem, acima de tudo valorizo a partilha de momentos familiares que não tínhamos há muito por falta de tempo. Agora tempo era o que mais havia e nós aproveitamos. Não fossem as preocupações financeiras e estávamos muito bem.
Depois do pânico inicial,  veio a adaptação. Tivemos que adaptar todas novas rotinas, trabalhar em casa (no meu caso) , aulas em casa, vídeo-chamadas com amigos, telefonemas aos pais. Gerir as contas mês a mês, há espera sempre de um dia melhor.
Muitos negócios fecharam ou vão fechar, outros reinventaram-se, outros ainda estão na incerteza. A verdade é que cada um sofre as suas dores, os seus prejuízos. 
 Não, não vai ficar tudo bem. Muita gente perdeu familiares, amigos, perdeu o emprego, o casamento. 
Não, não vai ficar tudo bem, mas vamos todos lutar para que cheguem dias melhores.


quarta-feira, 4 de março de 2020

Ben is Back

O Ben é um jovem toxicodepente que se encontra numa clínica em reabilitação e que vem passar a noite de Natal a casa.
Holy (Júlia Roberts), é a mãe e recebe-o com todo o seu amor, amor esse que se virmos bem, tem um pouco de culpa, de sensação de fracasso e ao mesmo tempo de compreensão.
Vi este filme recentemente. Passou nos TV Cine e é um filme duro. Um filme que nos faz ter receio, que nos faz pensar e que nos faz pensar em casos que conhecemos que ouvimos ou que vivemos.
trata o desespero de uma mãe em fazer com que o seu filho não volte a consumir drogas e a luta que é ter um vicio. Uma adição.
Bem interpretado, por Ben (Lucas Hedges) e por Holy (Júlia Roberts) é um drama real que nos faz ver o outro lado.

Reflexão