segunda-feira, 15 de junho de 2015

Lá em casa é assim...

Era hora de ir para a cama, e o Coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do Coelho Pai.
Ele queria ter certeza de que o Coelho Pai estava a ouvir.
- Adivinha o quanto eu te amo? - disse ele.
- Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar - respondeu o Coelho Pai.
- Isto tudo! - disse o Coelhinho, esticando seus bracinhos o máximo que podia.

Só que o Coelho Pai tinha os braços mais compridos. E disse:
- E eu amo-te isto tudo !

Huuum, isso é um bocado, pensou o Coelhinho.
- Eu amo-te toda a minha altura - disse o Coelhinho.
- E eu amo-te toda minha altura - disse o Coelho Pai.

Possa, isso é bem alto, pensou o Coelhinho.
Então o Coelhinho teve uma boa ideia. Virou-se de ponta cabeça, apoiando as patinhas na árvore.
- Eu amo-te até as pontas dos dedos dos pés!
- E eu amo-te até as pontas dos dedos dos teus pés - disse o Coelho Pai balançando o filho no ar.

- Eu amo-te á altura de meu pulo! - riu o Coelhinho saltando, para lá e para cá.
- E eu amo-te á altura do meu pulo - riu também o Coelho Pai e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos das árvores.
- Eu amo-te toda a estradinha daqui até ao rio - gritou o Coelhinho.
- Eu amo-te até depois do rio até as colinas - disse o Coelho Pai.

O pequeno estava sonolento demais para continuar a pensar.
Então olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite.

Nada podia ser maior do que o Céu.

- Eu amo-te ATÉ A LUA! - disse ele, e fechou os olhos.
- Puxa, isso é longe disse o Coelho Pai. Longe mesmo!
O Coelho Pai deitou o Coelhinho na sua caminha de folhas. E então se inclinou para lhe dar um beijo de Boa Noite.
Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo:
- Eu amo-te até a lua...IDA E VOLTA !

E o coelhinho já estremunhado respondeu..... Pronto, amamos igual!


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